Estilo Possível #13: Barbie, Shein, Vetements, Sustentabilidade...
... e tudo o mais que li de interessante nas últimas semanas
Olá!
Estou de volta, mais animada e renovada, depois de uma semana de mini férias. Julho é mês de férias escolares e quando as mães e pais trabalham dobrado, então sigo buscando espaços pra conciliar o trabalho com atividades para a pequena.
Mas vamos falar de moda? Mesmo tentando descansar, fiquei acompanhando algumas coisas que aconteceram na última semana e as que mais me chamaram atenção foram:
. Mais uma da Shein: empresa é processada por corrupção e crime organizado
. Os looks da Margot Robbie para a pré-estreia de Barbie
. A entrevista de Guram Gvasalia, designer da Vetements, para Vanessa Friedman do New York Times
. Por que tanta dificuldade em usar matéria prima sustentável em larga escala na moda?
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Mais uma da Shein: empresa é processada por corrupção e crime organizado
Um grupo de pequenos designers se uniu para entrar com um processo coletivo contra a Shein. A empresa chinesa, sobre a qual falamos na última edição da newsletter, é acusada de copiar modelos e indicar uma terceira parte como autora cópia.
Vários designers que foram lesados pela empresa ao longo dos últimos anos se associaram para o processo, que foi instaurado pela lei federal norte-americana conhecida como RICO (Racketeer Influenced and Corrupt Organizations), criada para combater o crime organizado.
Essa lei prevê penalidades para atividades como o uso de renda ilegal para adquirir e operar uma empresa, ter qualquer participação nesse tipo de empresa e o uso desse tipo de empresa para coletar dívidas.
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Os looks da Margot Robbie para a pré-estreia de Barbie
Nos últimos dias, surgiram por aí várias fotos de Margot Robbie exibindo looks nos mais diversos tons de rosa para promover o filme Barbie. Os fãs logo fizeram a comparação: a atriz nunca pareceu tão feliz em uma press tour.
Em eventos de divulgação do filme Babilônia, uma das recentes produções da qual participou, Margot aparecia sempre séria, tanto na expressão, quanto no visual. Já nos de Barbie, ela está sempre sorrindo e parece se divertir com as roupas inspiradas na boneca.
O responsável pelos looks é o stylist Andrew Mukamal, que recriou versões fashionistas dos looks mais icônicos da Barbie especialmente para a atriz.
A seguir, algumas coisas que ela usou até agora nas premieres e viagens para promover o filme:
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A entrevista de Guram Gvasalia, designer da Vetements, para Vanessa Friedman do New York Times
Para os que não fazem a menor ideia de quem se trata, Guram Gvasalia é designer e fundador da marca Vetements. Fazendo uma timeline rapidinha:
. em 2014, ele e seu irmão mais velho Demna Gvasalia criaram a marca, que em pouquíssimo tempo se tornou muito popular entre artistas e celebridades;
. Demna, que sempre foi o mais conhecido dos irmãos, foi convidado e aceitou se tornar diretor criativo da Balenciaga em 2015 - quando a Vetements estava no auge;
. Isso gerou uma certa tensão entre os irmãos e, em 2019, Demna deixou de vez a Vetements;
. Em 2021, Guram assumiu totalmente o controle da empresa e passou também a ser diretor criativo da Vetements. Nesse mesmo ano, Demna parou de usar o sobrenome Gvasalia e hoje os irmãos seguem seus caminhos separadamente.
No perfil recente feito por Vanessa Friedman, uma das mais importantes jornalistas de moda do mundo, Guram fala que seu objetivo é ser o homem de maior sucesso da moda. Atualmente ele está trabalhando para trazer a Vetements de volta ao cenário da moda de luxo e foi convidado por ninguém menos que Madonna para criar o figurino de sua turnê “Celebration".
Guram e Madonna trabalhando juntos.
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Por que tanta dificuldade em usar matéria prima sustentável em larga escala na moda?
Todos nós já fomos impactados de alguma forma por notícias relacionadas aos efeitos nocivos da moda no meio ambiente. Combustíveis fósseis, poluição do ar e da água, pilhas e mais pilhas de roupas sintéticas que vão parar em aterros sanitários.
Atualmente existem muitas iniciativas de cientistas, empresários e pesquisadores para tentar reverter esse processo criando materiais e tecnologias que gerem menos problemas para o planeta. Mas, um artigo recente do Business Of Fashion me chamou a atenção por fazer uma análise da dificuldade de traduzir essas ações em produtos que sejam vendidos em larga escala.
Em um mercado dominado por poliéster, nylon e couro, novos materiais procedentes de cogumelos, cactos e abacaxi ainda encontram problemas para conseguir entrar de vez em cena. E, apesar de haver muito discurso bonito sobre ter atitudes mais sustentáveis, o artigo diz que não existem evidências de que os consumidores estão dispostos a pagar um pouco mais por uma moda “ecológica".
Ainda existem muitas dúvidas para o consumidor final sobre o que é realmente sustentável e porque existe uma diferença de preço entre esses itens e os demais. Nesse sentido, o artigo aponta que:
“De fato, menos de um quarto da pegada de carbono de um item de vestuário vem de sua matéria-prima, enquanto mais de 70% das emissões vêm do processamento e produção, de acordo com uma análise do Apparel Impact Institute and World Resources Institute".
Apesar de parecer um balde de água fria, espero que essa análise possa oferecer também novas soluções tecnológicas, tanto em materiais quanto em processamento, pra que a gente possa seguir vivendo por aqui.
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Ahhhh pra terminar: saiu a edição de 2023 do Índice de Transparência na Moda, do Fashion Revolution.
Esse é um report super importante porque cria um ranking e faz uma análise das 250 maiores e mais influentes marcas de moda do mundo. O objetivo do índice é incentivar essas empresas a serem mais transparentes sobre suas operações e práticas corporativas. A análise é feita a partir de 258 indicadores em 5 áreas-chave:
. Políticas e Compromissos
. Governança
. Rastreabilidade da cadeia de suprimentos
. Saber, mostrar e consertar
. Problemas em destaque, que este ano são:
. Trabalho decente (trabalho forçado, salário base, práticas de compras, sindicalização e barganha coletiva);
. Equidade racial e de gênero;
. Materiais de origem sustentável;
. Hiperconsumo, modelos de negócios, desperdício e circularidade;
. Água e químicos;
. Mudanças climáticas, combustíveis fósseis e biodiversidade.
De acordo com os resultados do report desse ano, as marcas mais bem avaliadas foram OVS, Gucci, Target Australia, KMart Australia, Benetton, H&M, C&A, The North Face, Puma, Timberland e Vans. Veja o report completo para saber mais.